Como se comportar durante a Santa Missa e depois.

Muitas pessoas ainda se apresentam comportamentos inadequados durante a Santa Missa, seja por puro desleixo, seja por falta de informações. São Padre Pio escreveu uma carta, explanando como devemos, como Católicos, nos comportar em todos os âmbitos da nossa vida, mais precisamente, na presença de Jesus na Casa de Deus.

Segue a carta abaixo. 👇🏻

Carta de S. Padre Pio a Annita Rodote 

Pietrelcina, 25 de julho de 1915

Amada filha de Jesus,

    Que Jesus e a nossa Mãe sorriam sempre para a sua alma, obtendo para Ela, do seu Santíssimo Filho, todos os carismas celestes!

     Estou escrevendo para você por duas razões: para responder a mais algumas perguntas de sua última carta e para desejar-lhe um feliz dia do nome* no mais doce Jesus, cheio de todas as mais especiais graças celestes. Oh! Se Jesus ouviu minhas orações por você, ou melhor ainda, se somente minhas preces foram dignas de serem concedidas por Jesus! No entanto, eu os aumentei cem vezes para o seu consolo e salvação, implorando a Jesus para concedê-las, não para mim, mas através do Coração de Sua Bondade Paterna e infinita misericórdia. 

     Para evitar a irreverência e as imperfeições na casa de Deus, na Igreja — que o Divino Mestre chama de casa de oração — exorto-o no Senhor a praticar o seguinte.

     Entre na Igreja em silêncio e com grande respeito, considerando-se indigno de comparecer perante a Majestade do Senhor. Entre outras considerações piedosas, lembre-se de que nossa alma é o templo de Deus e, como tal, devemos mantê-la pura e imaculada diante de Deus e de Seus anjos. Vamos nos envergonhar por ter dado acesso ao diabo e suas armadilhas muitas vezes (com suas tentações para o mundo, sua pompa, sua vocação para a carne) por não ser capaz de manter nossos corações puros e nossos corpos castos; por ter permitido que nossos inimigos se insinuassem em nossos corações, profanando assim o templo de Deus que nos tornamos através do Santo Batismo.

     Em seguida, faça o sinal da cruz com água benta, cuidadosamente e devagar.

     Assim que estiver diante de Deus no Santíssimo Sacramento, faça uma genuflexão devota. Depois de ter encontrado o seu lugar, ajoelhe-se e renda o tributo de sua presença e devoção a Jesus no Santíssimo Sacramento. Confie todas as suas necessidades a Ele juntamente com as dos outros. Fale com Ele com abandono filial, liberte seu coração e dê-Lhe total liberdade para trabalhar em você como Ele achar melhor.

     Ao assistir à Santa Missa e às Funções Sagradas, seja muito modesto quando levantar-se, ajoelhar-se e sentar-se e realize todo ato religioso com a maior devoção. Seja modesto em seus olhares; Não vire sua cabeça aqui e ali para ver quem entra e sai. Não ria, por reverência a este Lugar Sagrado e também por respeito àqueles que estão perto de você. Tente não falar com ninguém, exceto quando a caridade ou a estrita necessidade o solicitar.

     Se você orar com os outros, diga as palavras da oração distintamente, observe bem as pausas e nunca se apresse.

     Em suma, comporte-se de tal maneira que todos os presentes sejam edificados por isso e, através de você, sejam exortados a glorificar e amar o Pai Celestial.

     Ao sair da Igreja, você deve se recolher e permanecer calmo. Primeiramente, tire sua licença perante Jesus no Santíssimo Sacramento; peça perdão pelas deficiências cometidas em Sua Presença Divina e não O deixe sem pedir Sua Bênção Paterna.

     Quando estiver fora da Igreja, seja como todo seguidor do Nazareno deveria ser. Acima de tudo, seja extremamente modesto em tudo, pois, esta é a virtude que, mais do que qualquer outra, revela as afeições do coração. Nada representa um objeto com mais fidelidade ou clareza do que um espelho. Da mesma forma, nada mais amplamente representa as boas ou más qualidades de uma alma do que a maior, ou menor regulação do exterior, como quando uma aparece mais ou menos modesta. Você deve ser modesto na fala, modesto no riso, modesto no seu porte, modesto na caminhada. Tudo isso deve ser praticado, não por vaidade, para mostrar a si mesmo, nem por hipocrisia, a fim de parecer bom aos olhos dos outros, mas sim, pela virtude interna da modéstia.

     Portanto, seja humilde de coração, circunspecto em palavras, prudente em suas resoluções. Seja sempre atento ao seu discurso, assíduo na boa leitura, atento ao seu trabalho, modesto na sua conversa. Não seja repugnante para ninguém, mas seja benevolente para com todos e respeitoso com os mais velhos. Que qualquer olhar sinistro esteja longe de você, que nenhuma palavra ousada escape dos seus lábios, que você nunca realize nenhuma ação indecente ou um tanto livre; nunca use um tom de voz petulante.

     Em suma, deixe todo o seu exterior ser uma imagem vívida da compostura de sua alma.

     Mantenha sempre a modéstia do Divino Mestre diante de seus olhos, como exemplo; este Mestre que, de acordo com as palavras do Apóstolo dos Coríntios, colocou a modéstia de Jesus Cristo em pé de igualdade com mansidão, que era sua virtude particular e quase sua característica: “Agora eu mesmo Paulo suplico-te, pela brandura e modéstia de Cristo “[Douay-Rheims, 2 Cor. 10: 1], e de acordo com um modelo tão perfeito, reforma todas as suas operações externas, que devem ser reflexões fiéis revelando as afeições do seu interior.

     Nunca esqueça este modelo divino, Annita. Tente ver uma certa majestade amável em Sua presença, uma certa autoridade agradável em Sua maneira de falar, uma certa dignidade agradável em andar, em contemplar, falar, conversar; uma doce serenidade no rosto. Imagine aquela expressão extremamente composta e doce com a qual Ele atraía multidões, fazendo-as deixar cidades e castelos, levando-os às montanhas, às florestas, à solidão e às praias desertas do mar, esquecendo totalmente a comida, a bebida e suas tarefas domésticas.

     Assim, tentemos imitar, tanto quanto nos for possível, tais ações modestas e dignas. E façamos o máximo para sermos, na medida do possível, semelhantes a Ele nesta terra, a fim de que possamos ser mais perfeitos e mais semelhantes a Ele por toda a eternidade na Jerusalém Celestial.

    Termino aqui, pois, não posso continuar, recomendando que você nunca me esqueça perante Jesus, especialmente durante esses dias de extrema aflição por mim. Espero a mesma caridade da excelente Francesca a quem você terá a gentileza de dar, em meu nome, garantias de meu extremo interesse em vê-la crescer sempre mais no amor divino. Espero que ela me faça a caridade de fazer uma novena de Comunhões para minhas intenções.

     Não se preocupe se você não puder responder minha carta por enquanto. Eu sei de tudo, então não se preocupe.

     Eu me despeço de você com um beijo Sagrado do Senhor. Eu sou sempre seu servo.

                                                                                                   Pe Pio, Capuchinho

* Um dia de nome é uma tradição em alguns países da Europa, América Latina, e Católicos Romanos e ortodoxo orientais, em geral. Consiste em celebrar um dia do ano associado ao próprio nome. A comemoração é semelhante a um aniversário.

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Deus abençoe!